quarta-feira, 20 de agosto de 2008

sistema digestório

SISTEMA DIGESTÓRIO (digestivo)

Consiste em um longo tubo muscular, ao qual estão anexados órgãos e glândulas que participam da digestão. Começa nos lábios e termina no ânus, incluindo: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, e ânus. Os órgãos anexos são: fígado, glândulas salivares e pâncreas.
O sistema digestivo é responsável pela pressão mastigação, deglutição digestão e absorção do alimento e eliminação de produtos sólidos do catabolismo, ou seja, expulsão dos resíduos em forma de fezes.

BOCA E CAVIDADE BUCAL

Vestíbulo da boca:
É um espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva da boca e os lábios e as bochechas. O vestíbulo se comunica com o exterior através da boca. O tamanho da rima da boca é controlada pelos músculos periorais como o bucinador, o risório e os depressores e elevadores dos lábios.
Divide-se em
 Parede externa: bochechas, lábios, fenda bucal.
 Parede interna: arcadas alvéolo-dentárias, gengivas.
 Bordo superior: sulco gengival superior com freio do lábio superior
 Bordo inferior: sulco gengival inferior com freio do lábio inferior


Cavidade oral propriamente dita:
É o espaço entre os arcos ou arcadas dentais maxilar e mandibular, formam os limites laterais e anterior. Quando a boca está fechada e em repouso, a cavidade oral é completamente ocupada pela língua.
Divide-se em :
 Parede superior - palato
 Palato duro ou abóbada palatina.
 Palato mole ou véu palatino ou do paladar.

 Parede inferior (pavimento da boca)
 Parede externa - arcadas alveolodentárias.
 Orifício posterior - istmo orofaríngeo

Lábios
Os lábios são pregas musculofibrosas móveis que circundam a boca, estendendo-se dos sulcos nasolabiais e das narinas lateral, e superiormente até o sulco mentolabial inferiormente . Eles contêm os músculos orbicular da boca e labiais superior e inferior, vasos e nervos. Os lábios são cobertos externamente por pele e internamente por mucosa. Os lábios funcionam como as válvulas da rima da boca, contendo o esfíncter (orbicular da boca) que controla a entrada e a saída da boca e dos tratos alimentar superior e respiratório. Os lábios são usados para apreender o alimento, sugar líquidos, manter o alimento fora do vestíbulo da boca, formar a fala e a osculação (beijo). A zona de transição dos lábios (freqüentemente considerada como sendo o lábio), variando de marrom a vermelha, prossegue até a cavidade oral onde é contínua com a mucosa. Essa membrana cobre a parte intra-oral, vestibular, dos lábios . Os frênulos dos lábios são pregas de margem livre da mucosa na linha mediana, que se estendem da gengiva vestibular até a mucosa dos lábios superior e inferior; aquele que se estende até o lábio inferior é menor.



Bochechas
As bochechas possuem praticamente a mesma estru¬tura que os lábios, com os quais são contínuas. As bochechas formam as paredes móveis da cavidade oral.
Anatomicamente, a face externa das bochechas constitui a região bucal limitada ante¬riormente pelas regiões oral e mentual (lábios e queixo), superior¬mente pela região zigomática, posteriormente pela região parotídea e inferiormente pela margem inferior da mandíbula.. A proeminência da bochecha ocorre na junção das regiões zigomá¬tica e bucal. O osso zigomático subjacente à proeminência e o arco zigomático que continua posteriormente são denominados freqüentemente como "osso da bochecha". Os leigos também consideram as regiões zigomática e parotídea como parte da bochecha. Os principais músculos das bochechas são os bucina¬dores. Várias pequenas glândulas bucais situam-se entre a mucosa e os bucinadores. Superficialmente aos bucinadores há coleções encapsuladas de gordura; estes corpos adiposos da bochecha são proporcionalmente muito maiores em lactentes, provavel¬mente para reforçar as bochechas e evitar seu colapso durante a sucção. As bochechas são supridas por ramos bucais da artéria maxilar e inervadas por ramos bucais do nervo mandibular.

Gengivas
As gengivas são formadas por tecido fibroso coberto por mucosa. A gengiva propriamente dita (gengiva fixa) está firmemente presa aos processos alveolares da maxila e mandíbula e aos colos dos dentes. A gengiva propriamente dita normal¬mente é rósea, pontilhada e queratinizada. A mucosa alveolar (gengiva livre) é normalmente vermelho-brilhante e não-querati¬nizada.

Dentes
São estruturas rijas, esbranquiçadas, implantadas em cavidades chamadas alvéolos dentários, situados na maxila (maxilar) e mandíbula.
Tem como função :
 Participar no processo de mastigação, com ação específica de cortar, rasgar e triturar os alimentos, reduzindo-os a pequenas partículas para que seja facilitada a digestão.
 Ajudar a sustentar os alvéolos dentais, auxiliando o desenvolvimento e a proteção dos tecidos adjacentes;
 Participar da articulação fala


O ser humano possui duas dentições que surgem no período da vida, começando o desenvolvimento ainda no período uterino.
1. Temporária ou decidual
Começam a se desenvolver aproximadamente na 7ª semana fetal. É constituída de 20 dentes, cinco em cada quadrante: 2 incisivos, 1 canino, 2 molares. Aparecem de dois em dois, dos seis aos vinte e quatro meses de idade.

2. Permanente
Começam a se desenvolver no 4º mês fetal. É constituída de 32 dentes, 8 em cada quadrante: 2 incisivos, 1 canino, 2 pré-molares, 3 molares. Começa a aparecer a partir dos 6 a 7 anos de idade podendo o terceiro molar estender-se até os 25 anos de idade, ou até inclusive não acontecer a erupção do mesmo.


O dente é dividido exteriormente em três estruturas:
a. Coroa: parte externa do dente
b. Raiz: Parte que fica alojada no alvéolo dentário
c. Colo: parte que está entre a coroa e a raiz

Internamente o dente é dividido em:
a. Dentina: substância semelhante ao osso em sua composição, porém mais dura e mais compacta. Ocupa maior parte do dente;
b. Cavidade ou câmara pulpar: cavidade que aloja a polpa. Possui na sua parte inferior duas abertura chamadas forame apical;
c. Polpa: tecido conjuntivo frouxo e vascular que supre o dente de nutrientes e inervação sensitiva de dor;
d. Esmalte: reveste a dentina da coroa, dando-lhe mais resistência, composta de fosfato de cálcio.
e. Cemento: cobre a dentina da raiz;
f. Ligamento ou substância periodontal: tecido conjuntivo relativamente mole e frouxo que permite ao dente um leve grau de mobilidade. Age também como absorvente de choques. Contém terminações nervosas sensitivas para a pressão, fornecendo informação ao encéfalo durante o processo da mastigação.

Língua

Órgão muscular com grande mobilidade, revestido por mucosa e que pode assumir vários formatos e posições. Exerce importantes funções na mastigação, deglutição, na gustação articulação das palavras (fala).
A língua é dividida em quatro partes:
a. Ápice: coloca-se junto aos dentes incisivos O ápice (extremidade) da língua é a extremi¬dade anterior do corpo, que se apóia contra os dentes incisivos.
b. Corpo: corpo da língua é formado pelos dois terços anteriores
c. Dorso: face superior da língua
d. Face inferior: situa-se exclusivamente na cavidade oral propriamente dita e está ligada ao assoalho da boca através de uma prega mucosa chamada frênulo da língua. É coberta por uma mucosa fina e transparente através do qual se pode ver as veias subadjacentes.
e. Raiz da língua: corresponde a parte faríngea da língua. Parte que apóia o assoalho da boca Geralmente é definida como o terço posterior da língua.

A mucosa na parte anterior da língua é rugosa devido à presença de muitas pequenas papilas linguais:
 Papilas circunvaladas: Grandes e com topo plano, situam-se diretamente anteriores ao sulco terminal e são organizadas em uma fileira em formato de V. São circundadas por depressões profundas semelhantes a valas, cujas paredes estão repletas de botões gustativos. Os ductos das glândulas serosas da língua abrem-se nas valas. Contém receptores gustativos nos botões gustativos.
 Papilas folhadas: Pequenas pregas laterais da mucosa lingual. São pouco desenvolvidas nos seres humanos.
 Papilas filiformes: Longas e numerosas, contêm terminações nervosas aferentes sensíveis ao toque. Essas projeções cônicas e descamativas são rosa-acinzentado e estão organizadas em fileiras com formato de V, paralelas ao sulco terminal, exceto no ápice, onde tendem a se organizar transversalmente.
 Papilas fungiformes: Pomos em formaro de cogumelo, rosas ou vermelhos, estão dispersos entre as papilas filiformes, mas são mais numerosos no ápice e nas margens da língua.

Músculos da língua: mm. Intrínsecos ( longitudinais, superior e inferior, transverso e vertical) e mm. Extrínsecos (genioglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso);

A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea


FARINGE
É a parte expandida superior do sistema digestório posterior à cavidade oral sal, e se estende até a laringe.. Porção do trato digestório que serve também como via para o sistema respiratório. Comunica-se com a cavidade bucal propriamente dita através do istmo das fauces e a parte faríngea comunica-se anteriormente com a laringe e posteriormente com o esôfago. Na deglutição o palato mole é elevado, bloqueando a continuidade entre a parte nasal da faringe e o restante deste tubo muscular. Por outro lado a cartilagem epiglótica fecha a passagem para a laringe evitando que o alimento penetre no trato respiratório.


Interior da Faringe.

A faringe é dividida em três partes .
 Parte nasal da faringe: posterior ao nariz e superior ao palato mole. A parte nasal da faringe tem uma função respiratória. Situa-¬se posteriormente ao palato mole e é a extensão posterior das cavi¬dades nasais O nariz abre-se para a parte nasal da faringe através de dois cóanos (aberturas pares entre a cavidade nasal e a parte nasal da faringe)
 Parte oral da faringe: posterior à boca. A parte oral da faringe tem uma função digestiva. É limitada pelo palato mole superiormente, pela base da língua inferiormente e pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo lateralmente. Estende-se do palato mole até a margem superior da epiglote. A deglutição é o processo completo que transfere um bolo de alimento da boca através da faringe e do esôfago para o estômago.
 Parte laríngea da faringe: posterior à laringe.A parte laríngea da faringe (hipofaringe) situa-se posterior à laringe , estendendo-se da margem superior da epiglote e das pregas faringoepiglóticas até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde estreita-se e torna-se contínua com o esôfago.

Camadas da parede do tubo digestivo
a. embrana Mucosa ou mucosa: camada mais interna do tubo digestivo. Possui células glandulares que secretam muco e suco digestivo.No esôfago e no cólon é secretado apenas muco ;

b. Submucosa: Composta de tecido conjuntivo areolar com numerosos vasos linfáticos e sanguíneos, e um plexo nervoso conhecido como plexo submucoso que age para compensar as alterações em tamanho do tubo digestivo durante a passagem do alimento.

c. Camada muscular ou muscular externa: Consiste em fibras musculares lisas em duas disposições distintas camadas interna e externa . Uma vez contraídas diminuem a luz do tubo . Entre as duas camadas fica um plexo nervoso chamado de mioentérico.
d. Camada serosa: o revestimento mais externo é o peritônio visceral. A camada parietal do peritônio forra a parede abdominal.

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).


Esôfago

É um tubo muscular longo e reto que se comunica diretamente com o estômago. Divide-se em três partes; cervical, torácica e abdominal. Estende-se da faringe ao estômago por uma distância de 25 cm. Está situado posteriormente à traquéia e anteriormente à coluna vertebral; ele passa através do diafragma em frente à aorta, para então entrar no estômago. A luz do esôfago aumenta durante a passagem do bolo alimentar. A passagem do alimento é facilitada por forças gravitacionais e pelas contrações musculares (movimentos peristálticos) exercidas pela parede do esôfago.

Estômago
O estômago, porção mais dilatada do tubo digestivo, é um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Localiza-se inferiormente ao diafragma, logo abaixo da borda costal no abdome superior.
É local de armazenamento e câmara de mistura para o alimento antes que ele passe para o duodeno. Nele a comida é parcialmente digerida e misturada é transformada em massa semi líquida. O estômago tem a capacidade de guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.
O estômago possui dois orifícios, um proximal, de comunicação com o esôfago e outro distal, chamado de óstio pilórico que se comunica com a porção inicial do intestino delgado. Nestes locais encontram-se feixes musculares que estabelecem um mecanismo de abertura e fechamento do óstio para regularizar o trânsito do bolo alimentar.A nível de duodeno o nome deste dispositivo é piloro. A forma e posição do estômago variam de acordo com a idade, tipo de alimentação, posição do indivíduo e estado fisiológico do órgão.
O estômago divide-se em:
a. Cárdia: corresponde à junção com o esôfago
b. Fundo: porção superior deslocada para esquerda. Nele fica contido o ar deglutido. A presença de ar no fundo do estômago é também responsável pelo som timpânico na percussão desta região.
c. Corpo: porção central
d. Parte pilórica: porção terminal, continuada pelo duodeno.
O estômago vazio possui uma mucosa com dobras, as rugas ou pregas gástricas, que se tornam lisas quando o estômago está cheio. Estas pregas são mais visíveis ao longo da curvatura menor (canal gástrico) que tendem a dirigir os líquidos ingeridos ao longo desta curvatura, ao invés de deixar que ele se espalhe por todo o corpo do estômago. Isto justifica o fato de que a ingestão de material corrosivo afete, em particular, a curvatura menor. O epitélio é cilíndrico simples. As glândulas gástricas densamente reunidas , somam-se cerca de 35 milhões . Estas glândulas são tubulares ramificadas e penetram na lâmina própria, indo à musculatura da mucosa.
A irrigação sanguínea do estômago se dá através da aorta abdominal.
O muco gástrico envolve a mucosa com uma camada protetora, que não é atacada pelo ácido clorídrico. Assim, impede a autodigestão do estômago pelo próprio acido clorídrico, e também protege a mucosa gástrica de outras lesões, seja por ação química ou mecânica, calor ou frio.

Intestino Delgado


O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro. Estende-se da porção distal do esfíncter pilórico até o ceco, a primeira porção do intestino grosso. A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino anteriormente pelo peritônio. É o local primário para absorção de nutrientes de materiais ingeridos. A parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno, sendo a admissão duodenal controlada pelo piloro.
Pode ser dividido em três regiões:
 Duodeno (cerca de 25 cm): assim chamado porque possui um comprimento de aproximadamente 12 dedos.É a primeira e mais curta porção do intestino delgado, também a mais larga e mais fixa. O duodeno segue um trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas. Ele é dividido em quatro porções:
 1ª (superior) – inicia-se no piloro e tem direção posterior e para a direita. Segue todos os movimentos da parte pilórica do estômago. Local onde situa-se a ampola.. É sobreposta pelo fígado e pela vesícula biliar;

 2ª (descendente) – Esta parte é toda retroperitonial e, portanto está coberto. Ele recebe secreções do fígado e do pâncreas através dos ductos colédoco e pancreático respectivamente. O ducto pancreático acessório e o ducto colédoco abrem-se na porção descendente do duodeno através de uma projeção mamilar interna chamada papila maior do duodeno.Curva-se ao redor da cabeça do pâncreas.
 3ª (horizontal ou inferior) – corre para a esquerda e cruza , anteriormente
 4ª (ascendente) – ascende sobre o m. psoas maior esquerdo e curva-se anteriormente para continuar –se no jejuno.


 Jejuno (cerca de 5 m) e Íleo (cerca de 1,5 cm): não existe um local nítido de delimitação do jejuno com o ílio por isto pode ser tratado em conjunto. Constituem a porção móvel do intestino delgado, iniciando-se na flexura duodeno-jejunual e terminando no início do intestino grosso, onde se abre o ósteo íleo cecal. Apresentam numerosas alças intestinais e está preso à parede posterior do abdome por uma prega peritonial ampla, o mesentério.
Diferente do que com o íleo, o jejuno está frequentemente vazio, é mais calibroso e mais vascularizado, tem paredes mais espessas.
Nesta região pode ocorrer a permanência do divertículo ileal (remanescente da porção proximal do ducto onfalomesentérico do embrião), em 50% dos casos contém mucosa gástrica ectópica, o que pode ocasionar ulcerações.
A digestão e absorção dos nutrientes ocorrem principalmente no intestino delgado, portanto, ele é um órgão indispensável à vida.
Histologicamente, a parede do intestino delgado é típica do tubo digestivo, distinguindo-se por possuir:
a. Pregas circulares, dobras grandes, permanentes e transversas da espessura total da mucosa;
b. Vilosidades: projeções digitiformes de mucosa para a luz contendo vaso sanguíneo e um vaso linfático.
c. Microvilosidades: numerosos processos cilíndricos na superfície lisa das células epiteliais


A- Mucosa e musculatura do Jejuno Mucosa e musculatura do Íleo

Intestino Grosso

Mede cerca de 1,5 m de comprimento estende-se a partir da porção terminal do íleo ao ânus e divide-se em ceco, cólon (ascendente, transverso, descendente, sigmóide) reto e canal anal. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
. O intestino grosso tem como funções principais a formação, transporte e evacuação das fezes. O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados através da atividade muscular intensa. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando o trânsito destas e a eliminação pelo ânus.

Para que isto ocorra três atividades ocupam destaque: mobilidade, absorção de água e de secreções de muco.
Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções.
A primeira parte do intestino grosso é o ceco que é uma bolsa alongada situada na porção inferior direita do abdome. Na sua parte inferior encontra-se um tubo delgado, chamado apêndice vermiforme, o qual possui uma cavidade que se comunica com o ceco.

O cólon ascendente estende-se para cima a partir de ceco junto à parede abdominal posterior direita até a superfície inferior do fígado e anteriormente ao rim direito
O cólon transverso cruza a cavidade abdominal da direita para a esquerda, abaixo do estômago.
O cólon ascendente começa perto do baço, caminhando para baixo, do lado esquerdo do abdome, em direção à crista ilíaca, tornando-se o cólon sigmóide ou cólon pélvico assim chamado devido a sua forma de S, na cavidade pélvica.
O reto fica situado sobre a superfície anterior do sacro e cóccix e termina no estreito canal anal, que se abre para o exterior no ânus. As glândulas intestinais encontram-se ausentes no canal anal. O músculo liso circular do canal anal se espessa para formar o esfíncter anal. Feixes de músculos esqueléticos que circundam o canal formam o esfíncter externo.
Dobras ou colunas anais podem ser vistas no canal anal, cada uma contendo uma artéria e uma veia, sendo que as veias são sujeitas a dilatações conhecidas como hemorróidas.
A irrigação sanguínea do intestino grosso é efetuada pela artéria mesentérica superior e inferior , enquanto a corrente venosa de retorno passa pelo fígado.

ÓRGÃOS E GLÂNDULAS ANEXAS
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, grande, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular. É lobulada e assemelha em estrutura às glândulas salivares. Localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago.
A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelo ducto pancreático principal (Wirsung) e de Santorini. O ducto pancreático principal desemboca ao lado do canal colédoco na Papila duodenal maior (Vater).

Possui função exócrina, secretando suco pancreático que são coletadas pelos ductos pancreáticos e lançadas no duodeno; e endócrina secretando insulina e glucagon para o sangue.
O pâncreas é dividido em cabeça (extremidade dilatada à direita, que se encaixa no duodeno) corpo (disposto transversalmente) e cauda (extremidade esquerda, afilada que continua diretamente a corpo e se situa próximo ao baço), situa-se posteriormente ao estômago.
No interior do tecido glandular, que secreta o suco pancreático, encontra-se numerosos grupos de células de outros tipos, como ilhas, que são transpassadas por capilares, denominados “ilhotas de Langerhans”., que secretam insulina e glucagon.
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos.

Fígado

Maior órgão do corpo e está localizado na parte superior da cavidade abdominal abaixo da cúpula diafragmática, embora uma pequena porção ocupe também a metade esquerda do abdome.
É a mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria.
Sua superfície superior (diafragmática) é lisa e convexa. A superfície inferior (visceral) é côncava e exibe impressões delimitando o ponto em que o fígado está em contato com as vísceras abdominais
O fígado é dividido em quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado. Na fase diafragmática os lobos direito e esquerdo são separados por uma prega do peritônio, o ligamento falciforme.
Entre o lobo direito e o lobo caudado há um sulco que aloja a veia cava inferior.
Entre os lobos caudado e quadrado há uma fenda transversal , o hilo hepático (porta do fígado), por onde penetram os dois grandes vasos sanguíneos – a artéria hepática e a veia porta – e por aí saem os dois ductos biliares principais, o ducto hepático direito e ducto hepático esquerdo, para se unirem no ducto hepático, que corre para o duodeno.. Nesse local ainda encontra-se a vesícula biliar, que se abre por um ducto próprio (ducto cístico), que tem a função de armazenar a bile produzida pelo fígado.
O sistema venoso hepático é constituído pela veia porta que penetra no fígado trazendo sangue venoso. As principais veias do fígado saem pela superfície posterior do fígado onde desembocam imediatamente, na veia cava inferior.
A artéria hepática leva sangue rico em oxigênio e nutrientes para o fígado.

As principais funções do fígado:
1. Produção de bile (500 a 1000ml por dia)
2. Hematopoiese: produção de eritrócitos no embrião;
3. Coagulação: sintetiza protrombina e fibrinogênio
4. Armazena glicogênio de vit. A,D,E, K e B12
5. Metabolismo de glicídios, lipídios e proteínas

6. Desintoxicação: troca de resíduos nitrogenados e amônia, em uréia, que é menos tóxica. As enzimas do fígado desativam drogas e sesintoxicam várias substâncias químicas provenientes do meio ambiente, tais como inseticidas, corantes, etc.
Glândulas Salivares
São responsáveis pela secreção da saliva. Três tipos de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal; parótida, submandibular e sublingual.
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo).
Principais Glândulas Salivares:
• Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três. Está situada na parte lateral da face, abaixo e anteriormente ao pavilhão do ouvido externo (orelha). O ducto parotídico abre-se no vestíbulo da boca, ao nível do 2º molar superior.
• Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Localiza-se anteriormente à parte mais inferior da parótida , protegida pelo corpo da mandíbula. O ducto submandibular abre no assoalho da boca, abaixo da língua, próximo ao palato mediano.

• Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do soalho da boca., lateral e inferiormente à língua
Imagem: www.webciencia.com/11_11glandula.htm

Localização das vísceras do sistema digestório


 Hipocondrio Direito - Fígado, Vesícula Biliar
 Epigastro – Estômago
 Hipocondrio Esquerdo - Baço
 Mesogastro - Intestino Delgado
Fossa Ilíaca Direita - Ceco e Apêndice Vermiforme
Fossa Ilíaca Esquerda - Projeção do Cólon Sigmóide


Referência Bibliográfica:
DANGELO, J. G.; FATINNI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, 2ª ed., Rio de Janeiro, Ateneu, 2000;
JACOB, M.D.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e Fisiologia Humana, 5ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1990;
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,1998.
MOORE, K. L. Anatomia orientada para a clínica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007;

Um comentário:

Anônimo disse...

Legal professora! o conteúdo todo explicado de forma clara... serei visitante assíduo, rs. Parabéns!